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Agricultura

Mel de Ortigueira ? o primeiro produto do Paran? a receber denomina??o de origem

Sexta-feira, 04 de setembro de 2015

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Qualifica??o da produ??o rural


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O mel produzido em Ortigueira, na regi?o central do Estado, ? o primeiro produto paranaense a receber o registro de Denomina??o de Origem (DO). A concess?o reconhece que as caracter?sticas f?sico-qu?micas do produto decorrem das condi?es bot?nicas da regi?o, sendo diferenciado do mel produzido nos arredores. O registro consolida a estrat?gia do Sebrae/PR para o setor do agroneg?cio, com foco em produtos de diferencia??o pela qualidade e tipicidade.


O registro de Indica??o Geogr?fica (IG), na esp?cie Denomina??o de Origem (DO), para Ortigueira, foi conferido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), na ?ltima ter?a-feira, dia 1? de setembro, na Revista de Propriedade Industrial (RPI). A conquista ? decorrente do Projeto Mel do Munic?pio de Ortigueira, iniciativa apoiada pelo Sebrae/PR e parceiros, como a Associa??o dos Produtores Ortigueirenses de Mel (Apomel), Instituto Paranaense de Assist?ncia T?cnica e Extens?o Rural (Emater), Instituto Agron?mico do Paran? (Iapar), Universidade Tecnol?gica Federal do Paran? (UTFPR) e Prefeitura de Ortigueira, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura.


?Em 2009, quando a proposta come?ou a ser desenvolvida em Ortigueira, as a?es eram mais focadas na qualifica??o dos apicultores. O desafio era melhorar o processo de fabrica??o e extra??o do mel?, relembra o consultor do Sebrae/PR, Fabr?cio Bianchi. Posteriormente, foram realizadas an?lises da produ??o do mel em Ortigueira, no per?odo de 2009 a 2011, para que o processo de produ??o pudesse ser melhor compreendido, j? visando ao pedido junto ao INPI, que inicialmente, era para esp?cie Indica??o de Proced?ncia (IP).


?Como j? tinha sido realizada a an?lise microbiol?gica, fisioqu?mica e sensorial do mel, fomos instru?dos a buscar o registro de Denomina??o de Origem. Fizemos o pedido junto ao INPI em maio de 2013 e, um ano ap?s, foram feitas algumas exig?ncias pelo Instituto, que inclu?am a apresenta??o de novos documentos e alguns novos detalhamentos. Todas as exig?ncias foram cumpridas e, recentemente, foi conquistado o registro que garante a origem do mel e onde ele ? produzido?, comemora Fabr?cio Bianchi.


Segundo o consultor do Sebrae/PR, o registro beneficia 45 apicultores de Ortigueira, respons?veis por aproximadamente 90% da produ??o local. ?O processo de identifica??o geogr?fica visa n?o somente a obten??o de um selo. Ele mexe com toda a organiza??o da cadeia produtiva, ? um processo de converg?ncia de interesses e de muitas conversas. A partir de agora, o desafio continua sendo grande, pois ? necess?rio que o registro seja resguardado como outras Denomina?es de Origem que existem no Pa?s?, afirma Fabr?cio Bianchi, que esteve ? frente do Projeto Mel do Munic?pio de Ortigueira at? o final do ano passado.


Em 2015, o Projeto foi assumido pelo consultor do Sebrae/PR, Fernando Pizani, que ? gestor regional de agroneg?cio e tamb?m destaca a participa??o e o envolvimento direto do engenheiro-agr?nomo Henry Rosa, da Emater; e Wanderley Sartori do Carmo, da Secretaria de Agricultura de Ortigueira, nessa importante conquista. O trabalho, conforme ele, est? focado, neste momento, na comercializa??o do mel, que ? o maior desafio para os apicultores do munic?pio. Considerado o maior produtor de mel do Pa?s, com uma produ??o de 500 toneladas em 2014, a maior parte da produ??o de Ortigueira ? vendida ? granel.


?A ideia ? processar e envasar o produto por meio da Unidade de Beneficiamento de Mel, que foi constru?da pela Apomel, para que o produto receba o selo no r?tulo e ganhe mais valor no mercado?, explica o consultor Fernando, ao refor?ar que o trabalho tamb?m se volta para o mercado internacional. Segundo ele, parte da comercializa??o do mel produzido em Ortigueira ? vendida para empresas que beneficiam o produto e o restante para pessoas que intermediam o processo de venda para empresas. ?Nosso objetivo ? que o produto seja processado e envasado na Unidade de Beneficiamento do Mel, porque isso vai agregar mais valor ao produto.?


? o que tamb?m espera a presidente da Apomel, Ana Mozuski Kutz, que est? no comando das atividades h? oito anos. ?A concess?o do registro ? a realiza??o de um processo longo e que pode abrir mercado para nossos associados. O envolvimento dos parceiros foi fundamental em todo o processo?, comenta ela, ao citar que uma das a?es da Apomel inclui o in?cio das atividades da Unidade de Beneficiamento de Mel, cujos recursos para a obra foram repassados pela Usina Hidrel?trica Mau?, como indeniza??o coletiva aos apicultores que desenvolviam atividades na ?rea do empreendimento.


?Al?m do valor da indeniza??o, que foi utilizado para a constru??o da Unidade, conseguimos angariar recursos na ordem de R$ 340 mil atrav?s do Projeto ProRural. O montante ser? utilizado  na aquisi??o de equipamentos para a Unidade e esperamos  iniciar as atividades o quanto antes?, comemora a presidente da Associa??o. Al?m de focar as a?es para a comercializa??o do mel de Ortigueira, o Sebrae/PR mant?m, paralelamente, a assist?ncia aos apicultores por meio do Centro de Transfer?ncia de Tecnologia, com a realiza??o de cursos e capacita?es, visando ao aumento da produtividade e efetividade da produ??o, com a melhoria do mel extra?do.

 

Diferencia??o no mercado


Para o diretor de Opera?es do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini, o registro de Indica??o Geogr?fica (IG), na esp?cie Denomina??o de Origem (DO), para o mel de Ortigueira, atribui ao apicultor a diferencia??o de mercado. ?Cada vez mais o produto ser? conhecido e reconhecido pelo p?blico consumidor pela sua qualidade e pelo seu diferencial de qualidade. Isso far? com que os pequenos produtores tenham mais renda em longo prazo e, provavelmente, a produ??o ser? melhor remunerada no mercado?, comenta Julio Agostini.


Al?m do projeto em Ortigueira, o Sebrae/PR tem outras frentes de trabalho. Julio Agostini cita o Projeto dos Caf?s Especiais, iniciativa do Sebrae/PR, da Associa??o dos Caf?s Especiais do Norte Pioneiro do Paran? (Acenpp) e parceiros, voltado para elevar a rentabilidade dos produtores por meio de caf?s com qualidade diferenciada. O projeto Caf?s Especiais do Norte Pioneiro foi a primeira Indica??o Geogr?fica (IG) do Paran? e atua com base em quatro pilares, que s?o o associativismo, produ??o, rastreabilidade e mercado.


Dentre os produtos paranaenses que buscam a IG est?o a uva de Marialva; o mel do Lago de Itaipu; o melado de Capanema; os queijos de Witmarsum; a goiaba de Carl?polis; a erva-mate de S?o Mateus do Sul; a farinha de mandioca, a cacha?a, os derivados de banana e o barreado, estes do litoral paranaense. ?S?o projetos desenvolvidos para valorizar os produtos junto ao mercado fazendo com que os pequenos produtores tenham mais renda e mais qualidade de vida?, explica Agostini.


J? o gerente regional do Sebrae/PR no centro do Estado, Joel Franzim Junior, acredita que a obten??o do registro torna o Paran? refer?ncia nacional. ?O registro ? muito importante para a nossa regi?o, pois mostra que com trabalho bem orientado, com um grupo de empres?rios dispostos a investir e parceiros comprometidos, ? poss?vel ter um novo posicionamento no mercado, incrementando a competitividade e o faturamento. Com o registro, o Sebrae/PR em uma nova fase do projeto, focando firmemente nas quest?es mercadol?gicas?, conclui.


H? seis anos na atividade, o apicultor Roberto Vilevski j? planeja dobrar o volume de colmeias visando aumentar o leque de clientes. Para ele, o trabalho desenvolvido pelos parceiros envolvidos no Projeto Mel do Munic?pio de Ortigueira foi fundamental para assimilar novas t?cnicas da profiss?o. ?Tivemos muitos profissionais nos acompanhando nos ?ltimos anos, o que foi muito importante para o nosso aprendizado. Esperamos que mais avan?os ocorram para a apicultura com a obten??o do registro?, diz.

 

Mais notoriedade


Para Andreia Claudino, coordenadora estadual de Agroneg?cios, Alimentos e Bebidas do Sebrae/PR, a obten??o do registro de Denomina??o de Origem do Mel de Ortigueira posiciona o Paran? como um importante ?ator?, n?o somente em produ??o, mas em hist?ria e notoriedade. ?O registro demonstra que o Estado, na localidade de Ortigueira, tem um ambiente favor?vel para a produ??o do mel, com caracter?sticas genu?nas. Isso faz com que tenhamos um posicionamento diferenciado na cadeia produtiva?, explica.


O desafio, a partir da obten??o do registro, conforme Andreia Claudino, ? focar as a?es na ?rea de marketing e no acesso ao mercado. ?A obten??o de registros e certifica?es s?o formas de agregar valor a determinados produtos. ? uma maneira de apoiar e promover os pequenos neg?cios rurais para que eles consigam ter diferencia??o e acessar o mercado de maneira ?nica e particular?, refor?a.


A prefeita de Ortigueira, Lourdes Banach, tamb?m enaltece o resultado da obten??o do registro. ?Estamos investindo e apoiando projetos que reflitam no desenvolvimento local. Certamente, Ortigueira ter? destaque nacional e internacional dentro da cadeia produtiva. ? um avan?o e nos d? ainda mais ?nimo para continuarmos investindo no Munic?pio?, comemora.


Modalidades


O registro de IG permite delimitar uma ?rea geogr?fica, restringindo o uso de seu nome aos produtores e prestadores de servi?os da regi?o, em geral, organizados em entidades representativas.


A esp?cie de IG chamada ?denomina??o de origem? reconhece o nome de um pa?s, cidade ou regi?o cujo produto ou servi?o tem certas caracter?sticas espec?ficas gra?as a seu meio geogr?fico, inclu?dos fatores naturais e humanos.


J? a esp?cie ?indica??o de proced?ncia? se refere ao nome de um pa?s, cidade ou regi?o conhecido como centro de extra??o, produ??o ou fabrica??o de determinado produto ou de presta??o de determinado servi?o.

Fonte: Divulgação

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